domingo, 18 de dezembro de 2011

AS TRES ECOLOGIAS



Quais as razões profundas, as ultimas conhecidas da poluição ambiental? O que é que faz o ser humano se suicidar progressivamente e sorrateiramente? A maioria das pessoas até hoje pensa a ecologia nas suas manifestações externas, isto é nos seus aspetos ambientais. Por de traz da ecologia ambiental, tem causas mais profundas, sociais e individuais. Daí a idéia de três ecologias: Individual, social e ambiental. Eslas são indisoluvelmente relacionadas.

Até agora as respostas divulgadas para o público são verdadeiras, correspondem á causas reais e indiscutíveis. Todo mundo já conhece a palavra e o significado do efeito estufa. Todo mundo conhece também a causa principal deste fenômeno que ameaça a calota polar de degelo com subida progressiva do mar e inundação de vastos fragmentos de continentes. Não se trata de fantasias de ecologistas, pois a calota polar até o próprio pólo norte afinou á tal ponto que um navio quebra gelo chegou ata lá com a maior facilidade, sem encontrar resistência; isto seria inimaginável ainda há uns dez anos.

Há uns vinte anos atrás ecologistas de renome tinham tendência á predizer catástrofes apocalípticas. Tudo indica que a destruição está chegando, mas de modo lento e invisível, o que aumenta ainda mais o seu perigo: o que são alguns centímetros do mar ou alguns degraus de temperatura em vinte anos?

Alem disto, as razões mais profundas não foram reveladas. Não me refiro ao desmatamento perverso da Amazônia ou á manutenção da gasolina como combustível poluente. Refiro me ás razões psicológicas que fazem parte do que já se costume chamar de Ecologia Interior. Os estudos que realizamos na Unipaz permitiram reconstituir a gênese do processo de destruição da vida no Planeta. Ela começa em cada um de nos por uma miragem, uma ilusão de ótica, que chamamos de fantasia da separatividade. Fomos educados para distinguir o mundo exterior de nos, criando uma dualidade entre o sujeito que olha para a natureza e os objetos ou pessoas e ele mesmo. Isto é apenas uma visão relativa aos nossos cinco sentidos. Sabemos hoje como evidência científica que, num outro plano perceptivo, o da microfísica, tudo é feito de energia, da mesma energia em manifestações diferentes.

Por causa desta ilusão nos apegamos á tudo que nos causa prazer e nos tornamos possessivos de coisas e de pessoas. Isto é verdade para uma simples flor que lhe agrada, mas é verdade também para os madeireiros que exploram as florestas. Eles acham que a natureza está fora deles e pode ser explorada ao belo prazer.

Do mesmo modo está o caso da exploração do petróleo; como faz parte da natureza vista como exterior e que dá bons lucros, continua se á extrair e consumir o petróleo, mesmo sabendo que estamos nos suicidando.

Ora sabe-se hoje que, no caso dos carros, a gasolina pode ser substituída pela energia solar. Este carro já está sendo produzido nos USA, rodando numa velocidade razoável de 8O km/h. Num pais ensolarado como o Brasil, tal medida seria uma dádiva do céu, baixando o custo do transporte á níveis irrisórios e preservando a nossa saúde com um meio não poluente. O Brasil já se mostrou capaz da proeza de mudar de combustível quando introduziu o álcool, e foi o único no mundo á faze - lo, realizando apreciável economia de divisas para o pais, embora empobrecesse os solos com isto.

Outro dia, depois de uma palestra minha na Petrobrás sobre as três ecologias, em que advogava esta solução para um grupo de engenheiros, ao ser perguntado por mim sobre a viabilidade da Petrobrás incentivar o sistema solar, um deles me respondeu:
Tecnicamente é perfeitamente possível; depende apenas de uma decisão política.

Li com muita alegria, a notícia de que, diante dos problemas causados pelo apagão, a Petrobrás, foi encarregada oficialmente pelo governo, de introduzir no Brasil, novas tecnologias não poluentes. Petrobrás: Mãos á obra! A nossa saúde e a nossa vida e dos nossos filhos está nas suas mãos!


Pierre Weil



quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A arte e o artista na sociedade

Cultura
por João Pereira da Silva
(Quadricultura – Associação cultural)


 

Em quase todas as épocas, quero crer, os artistas eram por missão ou vocação, arautos de um destino. Eram por força da sua arte, alguém que bulia com os sentidos das pessoas, que mexia com as consciências. No fundo, que abanava estados de alma.


Nos tempos que correm, será que é ainda missão dos artistas mexer com qualquer coisa?


Vem este intróito a propósito de um ensaio tornado livro e que me veio recentemente à memória, “A arte, o artista e a sociedade” de autoria de Álvaro Cunhal, editado em 1996 pela Caminho.

Duma forma sintética, Cunhal dizia que o artista e a sua arte têm uma função social e política na sociedade. Colocava a tónica numa dimensão contrapontística, entre a ética e a estética, na contínua dicotomia entre o Belo e o seu valor estético e a realidade social na obra de arte.

A arte como forma de intervenção na sua inesgotável diversidade, e que …”Constitui também um direito à liberdade que um artista parta à descoberta de novos valores formais (da cor, do volume, da musicalidade, da linguagem) com o propósito de os tornar adequados e capazes de levar à sociedade, ao ser humano em geral, uma mensagem de alegria ou de tristeza, de solidariedade ou de protesto, de sofrimento ou de revolta, em qualquer caso, como é de desejar, de optimismo e de confiança no ser humano e no seu futuro”. (da obra, pg. 21)

“Arte é liberdade. É imaginação, é fantasia, é descoberta e é sonho. É criação e recriação da beleza pelo ser humano e não apenas imitação da beleza que o ser humano considera descobrir na realidade que o cerca". (pg.201) “ (...) É bom que jamais percam a necessidade e o gosto de escrever, de pintar, de tocar um instrumento, de mesmo em silêncio, sem assim se chamarem, continuarem a ser artistas". (pg.202)

Na voracidade das sociedades contemporâneas e capitalistas, por ditames “superiores”, parte significativa do que se convencionou chamar de arte, virou outra coisa. Virou produto. Algo que é feito para se comprar e ser consumido. E será que toda a arte é assim? Serão todos os artistas uns vendilhões? Ou há produtos que se vendem e que nada têm que ver com arte?

Ainda que os livros, os discos, os filmes, as peças de teatro, sejam para ser vendidos, será toda a arte somente um produto? Ou ainda, fará sentido dizer como José Mário Branco que a cantiga é uma arma, ou como Manuel Alegre que o poema é de combate!

Numa visão de esquerda mais militante, seguramente que sim. Numa visão diametralmente oposta, claro que não.

Apesar de tudo, ainda que as sociedades sejam de mercado, onde tudo se compra e tudo se vende, há ainda artistas que vão contra a corrente. Há ainda uma arte que não cede ao establishment. Quero acreditar que a poesia é uma dessas “regiões”, onde a impenetrabilidade das regras de mercado, é lei. E assim é certamente para outras formas de arte.

A arte é, por sinónimo, exaltação de sentimentos. De mensagens, directas ou subliminares. Há coisas que lemos, ouvimos, vemos e que com a mais cândida das expressões dizemos: - “Isto é o que eu penso. Isto é o que sinto. Mas curioso, não era capaz de o fazer. Agora que vejo feito, parece-me simples”. E esta é também a magia da arte. De tornar simples ou visível o que não vemos, ou não nos apercebemos num primeiro olhar. Por isso a arte é sempre reflexiva. E quando assim não é, é porque a sua dimensão vai para lá da reflexão e ultrapassa o onírico ou o transcendente.

Quero por isso acreditar, que ainda há arte que é feita de paixão. De momentos em que o artista “transpira” somente o seu estado de alma. Em que mergulha no mais profundo da sua sensibilidade e exterioriza o que o comum dos mortais percebe mas que jamais conseguiria fazer.

A este estádio devemos chamar arte. E ao seu autor – o artista.

ARTE E SOCIEDADE

A dimensão global da arte possibilita que, por seu intermédio, diferentes dimensões humanas possam se expressar e ser investigadas. Se de um lado o histórico e o cultural estão presentes, ao mesmo tempo as questões do mundo psíquico e filosófico também interrelacionam - se. Este conceito de arte, faz com que ela seja considerada um caminho para a interdisciplinaridade.
Para alguns autores, como Ernst Fischer (1981), “a arte é uma necessidade social... e não pode desaparecer do convívio humano sem prejuízo para a humanidade.” Herbert Head (1992) diz que “antes de ser social a arte é uma necessidade biológica...o artista não pode renunciar a sua prática, nem o público ao seu convívio sem prejuízo.” Sendo assim, a arte faz parte da sociedade e é patrimônio de todos, que devem conhecê-la, fruí-la e por que não fazê-la. Plekhanov destaca que a arte “deve contribuir para desenvolver o conhecimento humano e melhorar a estrutura da sociedade” (1997, p.1).
Ao adentrar – se na complexidade do universo da arte, o indivíduo com necessidades educacionais especiais pode trabalhar os seus sentimentos em relação à sociedade, que, na maioria das vezes, o discrimina ou segrega, devido aos preconceitos e ao estigma. O trabalho com arte é capaz de transformá-lo em um ser humano socialmente ativo, com uma auto - estima positiva e uma função social determinada.
Estudos têm demonstrado como a arte poderá ser deflagradora do potencial latente em cada pessoa, por meio do desenvolvimento da imaginação, da criatividade e de suas potencialidades. Ela enriquece a realidade historicamente construída, tornando-a cada vez mais humana.


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

o workshop -O Conselho de todos os seres

o workshop o Conselho de todos os seres é um ritual e também uma serie de exercicios no qual as pessoas vão falar em nome de uma outra forma de vida numa expressão espontânea que visa aumentar a consciência da nossa interdependência no organismo vivo da Terra, serve também para nos ajudar a reconhecer e dar voz ao sofrimento do nosso mundo e para nos ajudar a experimentar a força da nossa interconexão com toda a vida . O Conselho de todos os seres não envolve canalização nem metamorfose ou qualquer capacidade além da imaginação .e da criatividade

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Desenho para casos especiais

Aulas( em tratamentos especiais) de desenho para pessoas afectadas por derrame cerebral, mal de Alzaimer, perda de memória e outras doenças que atingem o cerebro.
Mais informações contactar  966668781

sábado, 27 de agosto de 2011

Os 11 princípios do espírito ecológio

 

1. A Fonte da Natureza é o espírito

2. A Natureza não é um acidente. Tem significado, significância e propóssito

3. Alguns aspectos da Natureza são invisíveis.

4. A Natureza é parte de um todo maior, além do tempo e do espaço.

5. A Beleza da Natureza tem valor intrínseco.


6. O que preserva a beleza e a harmonia da Natureza é bom. O que a destrói é ruim.

7. Todos os animais, plantas e paisagens são sagrados.

8. Todas as criaturas tem direitos iguais à auto-realização

9. O mundo interior é parte da Natureza.

10. Devemos celebrar a criação com música, dança, arte, poesia e contos.

11. A ciência é uma ferramenta indispensável para adquirir conhecimento da Natureza. Mas o "ciencismo" (a crença de que a ciência é a ÚNICA fonte de sabedoria) é uma filosofia perigosa e desvirtuada.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A importância da arte para a socialização

A importância da arte para a socialização
Alexsandro Rosa Soares
Graduando em Letras pelas Faculdades Integradas Padre Humberto.
Graduado em Normal Superior pelo Instituto Superior de Educação de Itaperuna

O mundo é grande e cabe
Nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
Na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
No breve espaço de beijar.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Quero iniciar este artigo dizendo que é um privilegio ser um educador por formação. É um privilégio poder fazer parte de uma classe profissional desvalorizada, jogada ao relento por nossos governantes, mas que ao mesmo tempo, por si só, se faz indiscutivelmente importante para o desenvolvimento de uma nação. Digo isso porque ser verdadeiramente educador é um privilégio de poucos. Enquanto educadores, seremos o que quisermos. Também me espanto quando faço uma reflexão sobre o poder que temos em nossas mãos na direção da vida social de cada aluno que passa por nossa sala de aula. Não lhe dá medo? Saber que você é um dos responsáveis pela índole do ser humano que teremos no futuro. Saber que sempre seremos lembrados como aquele professor...aquele, sabe?!
Dentro dessa filosofia, me vem em mente como é importante e proveitosa, a socialização desse ser humano através da "arte" enquanto recurso para a humanização do processo educacional. A união destas duas vertentes, arte e educação, proporcionam a prática verdadeira do que é declarado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no seu artigo 3.º, dos princípios e fins da educação nacional, respeitar, valorizar e garantir ao educando uma formação completa de conteúdos práticos em sua existência.
A arte humaniza, e se ela humaniza, precisamos mais do que nunca, da sua utilização no meio educacional e mais ainda na sociedade de modo geral. Pois se temos consciência de que a educação é a base estrutural, juntamente com a família, de uma sociedade plena, também temos consciência de que precisamos, cada dia mais, de pessoas comprometidas com o tema da humanização dos indivíduos. Humanizar no sentido completo e pleno da palavra. Mais do que oferecer aos indivíduos condições de vivência, de sobrevivência, dar a eles a oportunidade de serem quem realmente são, com toda a sua individualidade e peculiaridades.
Temos certeza de que o poder da palavra é fatal, e é por isso que escrevemos. Escrevo porque penso, e se penso, logo existo. Será? Precisamos assumir nossa participação enquanto sujeitos coadyuvantes na produção do saber e conseqüentemente alertar os alunos de que eles mesmo são os protagonistas desse processo. A arte nos proporciona isso, a "intimidade" entre os participantes do paradigma ensino-aprendizagem.
Segundo Luzia de Maria (1998, p. 59), o que a arte busca é justamente preservar a integridade dos homens, prover cada "ser" do alimento necessário para que nele se concretize o sentido de "humano". E se a busca é pela humanização, mais do que justo será unir arte e educação para que nosso mundo seja melhor. Pode parecer que estou tentando escrever um artigo de auto-ajuda, cheio de crenças infundadas e de utopias, mas minha intenção não é essa, senão fazê-lo acreditar que somente as pessoas envolvidas no desenvolvimento da sociedade, sejam de que segmento for (família, amigos, educadores, sociólogos, etc.), podem mudar essa história. Enquanto continuarmos privilegiando coisas inúteis para o crescimento sócio-cultural dos alunos, estaremos contribuindo para a mesmice em que o nosso mundo se encontra.
Das mesmas salas de aula que saem até hoje os políticos corruptos, os menores do tráfico, os bandidos perigosos, podem sair seres verdadeiramente humanos, comprometidos com "o outro", que nada mais é do que nosso auto-reflexo.
Precisamos compreender a significação de um silêncio, ou de um sorriso ou de uma retirada da sala (Freire, p. 97), precisamos através da sensibilidade, ver através de atitudes e ações, oportunidades de acertos e de vidas melhores, e para isso podemos contar com a contribuição da arte. Desde muito tempo a arte nas escolas públicas e particulares é trabalhada de forma inadequada, proporcionando um distanciamento dos alunos das obras, e, conseqüentemente, deixando escapar de suas mãos a oportunidade de entender, admirar e refletir sobre o pensamento do outro (o artista). Para se trabalhar com a Arte é necessário promover um diálogo entre o expectador e a obra. Fazê-lo entender, analisar, observar, perceber, distinguir, criticar e apreender o sentido da expressão relatada pelo autor.
Escrevo porque sinto e me permito, por ser um admirador da arte como mais do que uma simples expressão artística, como simplesmente prazer cultural, um objeto de reivindicação, como recurso de educação, de reflexão, de sentimentos guardados e escondidos de si mesmo.
É imperdoável que o sistema de ensino atual escamoteie a Arte por debaixo de uma "língua portuguesa" tradicionalista, que visa sempre ao consumo de regras sem sentido para a vida social dos nossos futuros cidadãos. Colocar a Arte como um instrumento sub-importante em meio ao monstruoso mundo de regras gramaticais é um pecado mortal. Afirmo, veemente, que a arte é disciplina para ser trabalhada separadamente, promovendo um conhecimento verdadeiro do que é "ser humano". Seja através da poesia, da música, da pintura, da fotografia, enfim, seja de que forma for, é imprescindível que se reavalie o ensino da arte na educação para que possamos contar com pessoas mais gentis num futuro não tão longínquo.
Bibliografia
MARIA, Luzia de (2002): Drummond um olhar amoroso. Rio de Janeiro, Léo Christiano Editorial.
PILETTI. Nelson (2001): Estrutura e funcionamento do ensino fundamental. Rio de Janeiro, Ed. Ática.
FREIRE, Paulo (1996): Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro, Paz e Terra S/A.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Atelier Criativo e de expressão

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Atelier Criativo e de expressão



Aulas

 Pintura Espontânea  
Arte da conquista interior técnicas especiais de desenho  e pintura apropriados para estimular o lado direito do cérebro,
Trespassar as portas do palpável e seguir em busca da própria razão da existência , e da harmonia do aqui e agora , expressando nosso mundo interno, por meio da criação e da imaginação
 O contacto com essa nossa realidade interior surge ao final, num trabalho de prospecção que mobiliza todos os sentidos

 Objectivos:
:
-Desenvolver  competências   técnicas ,  artísticas  e criativas
.Desenvolvimento da memoria visual
-relaxamento
-expressão emocional criativa

Lena Gal Artista Plástica Educadora Expressiva



sábado, 5 de fevereiro de 2011

Alguna animais em vias de extinção

Coruja das Torres
O meu nome vulgar:
Chamo-me Coruja-das-torres
O meu nome científico:
Tyto alba
Como sou:
Sou facilmente identificável pelo meu disco facial branco e
pela tonalidade alaranjada do meu corpo. Sou uma ave
solitária e meço cerca de 35 cm.
Sou uma ave nocturna e monógama, tendo o meu território bem definido.
Como e onde vivo:
Vivo em árvores ou em edifícios altos daí o meu nome de coruja-das-torres).
Como me alimento:
Tradicionalmente considerada um símbolo da sabedoria, posso ser observada ao fim da
tarde percorrendo os campos em busca de pequenos roedores, como musaranhos, toupeiras,
pássaros e insectos grandes.
Como me reproduzo:
Nidifico entre Março e Maio, pondo 4 a 7 ovos brancos que são incubados pela fêmea
durante 32/34 dias.
Ponho os meus ovos em cavidades nas árvores, em rochas e em construções, sendo cada
postura de 12 ou mais ovos, postos em geral com intervalos de 2 dias.
Porque estou em vias de extinção:
Estou em vias de extinção porque o homem tem tendência a acabar com o meu habitat
natural.
O que podes fazer para me salvar:
Sensibiliza e informa as pessoas sobre o perigo de extinção da minha espécie.
Área de Projecto – 2006/2007 – Byanca Silva e Catia Amotim – 8º 1ª
Professor Raul Silvério Coutinho
3
Sapo Parteiro
O meu nome vulgar:
chamo-me Sapo parteiro
O meu nome científico é:
Alytes obstetricans
Como sou:
Sou um sapo pequeno com uma cabeça relativamente grande.
Os meus olhos são grandes, proeminentes e com pupila
vertical. A minha cor pode ser bastante variada, no entanto a
predominância é de tons acinzentados. Normalmente tenho
pequenas verrugas alaranjadas no dorso. A minha região
ventral é de cor clara, amarela ou esbranquiçada.
Como e onde vivo:
Ocupo uma grande variedade de habitates, no entanto prefiro lugares pedregosos com
abundância de refúgios, por isso costumo aparecer nas margens dos ribeiros, áreas
rochosas de montanha e orlas dos charcos. Posso também viver longe da água, por exemplo
em terrenos agrícolas ou em eucaliptais.
Sou um animal essencialmente agrícola, durante o dia permaneço escondido debaixo de uma
pedra, ou enterrado no solo, umas vezes que utilizo as tocas de pequenos roedores para
meu esconderijo. Passo grande parte da minha vida em terra, indo à água apenas durante
curtos períodos.
Como me alimento:
A minha alimentação é feita á base de vermes, centopeias, escaravelhos, moscas e aranhas.
Os girinos são essencialmente herbívoros, alimentando-se de pequenas plantas e restos
vegetais.
Como me reproduzo:
Reproduzo-me de Fevereiro a Julho, por isso durante esta época podes ouvir o meu canto,
no entanto é difícil de me localizares através dele, uma vez que quando canto estou
normalmente escondido debaixo das pedras ou enterrado.
É o macho da minha espécie que transporta os ovos enrolados nas patas traseiras até ao
nascimento dos girinos. Os ovos transportados varia normalmente entre os 35 e os 95 e
podem pertencer a mais do que uma postura.
Os girinos nascem em tanques, charcos ou remansos de ribeiros, onde as correntes são
muito fracas ou mesmo nulas.
Porque estou em vias de extinção:
O isolamento da minha espécie é um dos factores que poderá vir a ameaçar-nos, pois tornase
difícil a nossa reprodução.
O que podes fazer para me salvar:
Participa com as entidades competentes em projectos de preservação da minha espécie.
Área de Projecto – 2006/2007 – Byanca Silva e Catia Amotim – 8º 1ª
Professor Raul Silvério Coutinho
4
A Rã/Rela
O meu nome vulgar:
Rela
Chamo-me
O meu nome científico é:
arborea
Hyla
Como sou:
Meço cerca de 5 cm de comprimento. Os meus olhos são proeminentes e tenho a pupila
arredondada. A minha pele verde vivo é lisa, no entanto tenho uma banda escura que
começa no meu focinho, atravessa o olho e se prolonga até aos meus membros posteriores.
Como e onde vivo:
Vivo nas águas dos charcos, lagoas e ribeiros, mas também me podes encontrar a apanhar
sol no meio da vegetação(juncos, canas). Sou muito tímida, por isso, ao menor ruído
mergulho na água e escondo-me entre as plantas aquáticas.
Vivo em toda a Europa e na região Ocidental da Ásia. Na Península Ibérica vivo
essencialmente no Alto Alentejo, por isso podes ver-me na Quinta do soldado(perto do
Reguengo) e nos concelhos de Castelo de Vide e de Marvão.
Como me alimento:
Na minha dieta incluem-se inúmeros animais invertebrados, como formigas, aranhas,
borboletas, grilos, moscas e centopeias.
Como me reproduzo:
A minha reprodução acontece na Primavera, no entanto a partir de Fevereiro já podes ouvir
o meu canto ruidoso.
A minha reprodução é feita através de ovos, que são postos junto a charcos ou remansos de
ribeiras, sempre com vegetação aquática abundante. A fêmea deposita os ovos isolados,
entre 800 a 1000. Estes pequenos ovos aderem à vegetação aquática ou depositam-se no
fundo dos charcos onde permanecem até Maio, quando nascem os girinos.
Porque estou em vias de extinção:
Sou considerada uma espécie em vias de extinção porque os agricultores utilizam nas suas
culturas muitos pesticidas que contaminam os charcos onde vivo.
A drenagem dos charcos e a destruição da vegetação são outros dos problemas com que me
debato para sobreviver.
O que podes fazer para me salvar:
Sensibiliza os agricultores para o perigo da utilização dos pesticidas.
Podes também fazer campanhas de informação e sensibilização para preservação da minha
espécie.
Área de Projecto – 2006/2007 – Byanca Silva e Catia Amotim – 8º 1ª
Professor Raul Silvério Coutinho
5
Águia-real
O meu nome vulgar:
Chamo-me Águia-real
O meu nome científico é:
Aquila chrysaetos
Como sou:
Sou a rainha das montanhas, pois chego a ter quase um
metro de comprimento. Vista de baixo, sou toda escura
(castanha).
Como e onde vivo:
Habito nas terras altas e nas montanhas, é aí que podes
observar-me a planar em círculos, a grande altura.
Como me alimento:
Sou uma ave carnívora, quando escolho a minha presa (roedores, crias de coelhos e lebres,
outras aves de menor porte), fecho as asas e lanço-se em voo picado, sendo quase certo o
sucesso. Pouso e levanto voo tanto na vegetação como no solo.
Como me reproduzo:
Faço o meu ninho com ramos em rochedos ou no alto das árvores, fazendo uma postura por
ano (Fevereiro/Maio) de dois ovos, que são incubados pela fêmea.
Porque estou em vias de extinção:
Estou em vias de extinção porque o homem destruiu o meu habitat e teima em roubar-me a
minha fonte de alimento: a caça.
O que podes fazer para me salvar:
Sensibiliza os caçadores para o perigo de extinção da minha espécie e ensina-os a proteger
a caça.
Área de Projecto – 2006/2007 – Byanca Silva e Catia Amotim – 8º 1ª
Professor Raul Silvério Coutinho
6
Escorpião
O meu nome vulgar:
Chamo-me Escorpião
O meu nome científico é:
Euscorpius flaviaudus
Como sou:
Posso medir até 20 cm e durar de 3 a 5 anos. Sou considerado
um animal perigoso, pois tenho duas garras ou pinças muito
desenvolvidas que me servem de defesa. A minha picada, embora suficientemente tóxica
para matar muitos invertebrados, não é prejudicial ao homem, podendo no máximo produzir
uma dor semelhante à de picada de uma vespa.
Porém, algumas espécies possuem veneno suficientemente tóxico para matar um homem.
Existem algumas espécies do deserto do Saara que têm o veneno capaz de matar um cão em
aproximadamente sete minutos e, um homem em seis ou sete horas.
Como e onde vivo:
Sou um animal de terra firme, habitante das regiões quentes e temperadas da Terra, dou
preferência aos ambientes mais árido onde ocorram uma grande diversidade de espécies.
Vivo sob pedras, madeiras, troncos podres . Gosto de viver nas proximidades das
residências humanas onde me escondo no entulho, em madeiras empilhadas; mas também
frequente encontrares-me junto às linhas de comboio ou escondido sob as lajes dos
túmulos.
Como me alimento:
Sou um animal carnívoros e de hábitos nocturnos, alimentando-me principalmente de
insectos e de aranhas, podendo também ocorrer o canibalismo, principalmente em cativeiro.
Posso jejuar por tempo prolongado, armazenando alimento nos divertículos do
hepatopâncreas. Observações em cativeiro registram um jejum de até 23 meses. Localizo a
minha presa com o auxílio de pêlos sensoriais, as tricobotrias, que estão situadas
principalmente nos palpos e que são sensíveis ao menor movimento do ar, pois a minha visão
é pouco desenvolvida.
Como me reproduzo:
Antes do acasalamento, o macho e a fêmea agarram-se pelas pinças, fazendo uma estranha
dança. Quando tudo termina a fêmea frequentemente come o macho. O período de
gestação é de alguns meses a até um ano, pondo a minha fêmea cerca de 50 ovos.
Os meus filhotes nascem envoltos numa membrana da qual saem sozinhos ou ajudados pela
mãe, e imediatamente sobem para cima do dorso do abdómen da mesma onde permanecem
até a primeira troca de pele.
Porque estou em vias de extinção:
Estou em vias de extinção porque o meu habitat está a ser destruído e a crença de que
posso envenenar o ser humano leva a que este ao ver-me, me mate.
O que podes fazer para me salvar:
Tentar informar as pessoas sobre mim e sensibiliza-as para a preservação da minha espécie
Área de Projecto – 2006/2007 – Byanca Silva e Catia Amotim – 8º 1ª
Professor Raul Silvério Coutinho
7
Tritão de ventre laranja
O meu nome vulgar:
Chamo-me Tritão de ventre laranja.
O meu nome científico é:
Triturus boscai
Como sou:
Meço entre 7 a 10 cm de comprimento. Possuo o focinho
arredondado e os olhos relativamente pequenos. O meu
dorso apresenta uma cor que pode ir de cinzento amarelado
até ao castanho escuro. A minha região ventral é cor de
laranja. Por todo o meu corpo podes encontrar umas pequenas manchas pretas.
Como e onde vivo:
Vivo em pequenos charcos, tanques, fontes, e ribeiros de dimensões moderadas. Gosto de
viver em águas limpas e bem oxigenadas.
Como me alimento:
Alimento-me principalmente de invertebrados aquáticos, como vermes e insectos.
Como me reproduzo:
O meu acasalamento tem lugar dentro de água. A minha fêmea fixa os ovos, geralmente de
noite, um a um , nas folhas aquáticas. Em Março começam a aparecer as minhas larvas.
Desde que nasço e até que tenho idade para me reproduzir vivo essencialmente em terra.
Porque estou em vias de extinção:
A minha espécie pode estar ameaçada pelo crescente contaminação dos charcos e ribeiros
com produtos tóxicos.
O que podes fazer para me salvar:
Sensibiliza as pessoas para a preservação da minha espécie.
Área de Projecto – 2006/2007 – Byanca Silva e Catia Amotim – 8º 1ª
Professor Raul Silvério Coutinho
8
Osga
O meu nome vulgar:
Chamo-me Osga
O meu nome científico é:
mauritanica
Tarentola
Como sou:
Sou um animal de tamanho moderado, atingindo em média um comprimento de 8,5 cm.
Tenho um aspecto aplanado, com uma grande cabeça bem destacada do corpo, tenho olhos
grandes e redondos.
Como e onde vivo:
Vivo em toda a Península Ibérica e em Portugal sou abundante no centro e sul do país, sendo
muito rara no Norte.
Gosto de viver em zonas rochosas ou pedregosas, no entanto também me sinto bem em
zonas urbanas e rurais, onde apareço principalmente em muros, habitações velhas ou
troncos apodrecidos.
Hiberno entre Novembro e Fevereiro. De Inverno, antes de hibernar apareço de dia pois
gosto de apanhar os poucos raios de sol, no Verão só apareço de noite para evitar as horas
de mais calor.
Como me alimento:
A minha alimentação é feita á base de formigas, aranhas, escaravelhos, moscas e
mosquitos. No Verão gostamos de estar perto dos candeeiros à espera dos insectos que são
atraídos pela luz.
Como me reproduzo:
Normalmente reproduzo-me duas vezes por ano, uma em Março/Abril e outra em
Junho/Julho. Nestas alturas apresentamos um comportamento territorial muito acentuado.
A deposição dos ovos é feita em grupo, aparecendo no mesmo local ovos de fêmeas
diferentes.
Porque estou em vias de extinção:
O ser humano pensa que eu sou um perigoso e venenoso, por essa razão sempre que me vê
tenta matar-me, o que dificulta a sobrevivência da minha espécie.
O que podes fazer para me salvar:
Sensibiliza as pessoas para a preservação da minha espécie.
Área de Projecto – 2006/2007 – Byanca Silva e Catia Amotim – 8º 1ª
Professor Raul Silvério Coutinho
9
Víbora Cornuda
O meu nome vulgar:
Chamo-me Víbora Cornuda.
O meu nome científico é:
Vípera latastei
Como sou:
está na origem do meu nome. Sou relativamente pequena, uma vez que
meço apenas 70 cm. O meu dorso apresenta uma cor variável, sendo
em geral cinzenta ou parda, no entanto o meu ventre é esbranquiçado ou cinzento. O
desenho do meu dorso consiste numa banda dorsal escura, disposta em zig- zag. Sou uma
espécie venenosa e a minha mordedura pode mesmo provocar a morte, dependendo do lugar
onde mordo e do veneno que injecto.
O meu focinho apresenta um apêndice inconfundível que
Como e onde vivo:
Vivo em locais rochosos ou pedregosos, com solos arenosos e vegetação que me possa servir
de refúgio. Posso ser encontrada em bosques pouco densos, carvalhais, pinhais e zonas de
matagal.
Normalmente vivo no solo, deslocando-me por ondulações laterais do meu corpo, no entanto
também trepo arbustos, principalmente no Verão, permanecendo aí imóvel durante bastante
tempo. Sou uma espécie essencialmente diurna, no entanto no Verão opto por uma vida
essencialmente nocturna.
O meu dia começa muito cedo, porque gosto de apanhar os primeiros raios solares juntos
dos ribeiros, caminhos de pedras e outros lugares pouco cobertos. No Inverno refugio-me
debaixo de grandes pedras, de montões pedregosos ou de lenha.
Sou um animal lento, no entanto a minha investida é extremamente rápida e certeira.
Como me alimento:
A minha dieta é feita de lagartos, aves e micromamíferos.
Como me reproduzo:
A minha época de reprodução tem início na Primavera. Sou uma espécie ovovivípara, pelo
que no final do Verão a fêmea da minha espécie pare de 5 a 8 crias. Quando nascem, estas
crias medem entre 15 e 20 cm de comprimento total, no entanto apesar do seu tamanho são
igualmente perigosas, pois possuem menos veneno que os adultos, mas está mais
concentrado.
Porque estou em vias de extinção:
Um dos factores de morte da minha espécie é o atropelamento nas estradas o outro é o
extermínio deliberado por parte do homem, devido ao medo que lhe provoco ou para efeitos
de coleccionismo ou de comércio, uma vez que o homem acredita que se possuir a minha
cabeça tem muito mais sorte.
O que podes fazer para me salvar:
Informa as pessoas sobre a necessidade de preservar a minha espécie e sempre que fores
no carro e me vires a atravessar a estrada, pede ao condutor que pare e me deixe seguir o
meu caminho
.
Área de Projecto – 2006/2007 – Byanca Silva e Catia Amotim – 8º 1ª
Professor Raul Silvério Coutinho
10
Papa-figos
O meu nome vulgar:
Chamo-me Papa-figos
O meu nome científico é:
Oriolus oriolus
Como sou:
Sou uma ave de cores muitos vivas, mas difícil de observar.
Apresento elevado dismorfismo sexual: o macho é amarelo vivo, com as asas e a cauda
pretas. As fêmeas e os juvenis são esverdeados e pretos, com algum branco malhado na
parte inferior.
Como e onde vivo:
Sou um pássaro muito raro, mas ainda podes ver-me na região da freguesia de Salir de
Matos, concelho de Caldas da Rainha.
Como me alimento:
A minha alimentação é feita á base de insectos, bagas e frutos.
Como me reproduzo:
Faço o meu ninho em forma de taça
elevado,
pela fêmea durante duas semanas.
suspenso por cordões dos ramos de árvores de portepondo 3 a 4 ovos brancos com manchas castanhas, que são incubados sobretudo
Porque estou em vias de extinção:
Estou em vias de extinção porque o homem pouco a pouco está a destruir o meu habitat
natural.
O que podes fazer para me salvar:
Perguntas ás pessoas se alguma vez ouviram o meu canto e de seguida sensibiliza-as para a
preservação da minha espécie.
Área de Projecto – 2006/2007 – Byanca Silva e Catia Amotim – 8º 1ª
Professor Raul Silvério Coutinho
11
Lobo Ibérico
O meu nome vulgar:
Chamo-me Lobo Ibérico.
O meu nome científico é:
canis lupus sygnatus
Como sou:
Sou um mamífero carnívoro da família dos canídeos, ou seja, sou um antepassado do cão.
Quando estou sozinho gosto de uivar para me manter em contacto com os outros membros
da alcateia. Muitas vezes também uivamos em coro para fortalecer os laços sociais entre
nós.
Entre nós existe um enorme instinto de nobreza. Por exemplo, quando dois lobos lutam e o
mais débil é vencido, este fica imóvel, com a cabeça virada para baixo, pondo à disposição
do lobo mais forte o seu ponto mais vulnerável, o pescoço. Este acto é uma espécie de
súplica... e o vencedor não ataca.
Como e onde vivo:
Vivo nas florestas sombrias, na orla das montanhas, em regiões pantanosas, tanto em climas
quentes como frios, em covas escavadas, onde descanso durante o dia, uma vez que sou um
animal nocturno.
Vivo em grupo, alcateia, que podem, nalguns casos ter perto de 20 lobos. O núcleo da
alcateia é um casal reprodutor, ao qual estão submetidos todos os restantes lobos do
grupo.
Como me alimento:
Sou um animal caçador, mas quando estou esfomeado torno-me necrófago, ou seja como
animais já mortos.
Cada alcateia tem o seu território de caça, sendo o uivo um aviso para as alcateias vizinhas.
Como me reproduzo:
Sou um óptimo pai e um marido exemplar, pois permaneço toda a vida junto da minha loba.
Defendo a minha família e partilho com ela todos os alimentos, trazendo-os muitas vezes de
longa distância.
A época da minha reprodução é no final do Inverno e o tempo de gestação é de 60 dias.
Cada ninhada pode ter entre 4 e 7 crias, que são alimentadas com leite materno. Depois da
desmamadas são alimentadas por todos os membros da alcateia.
Porque estou em vias de extinção:
Estou em vias de extinção porque os humanos se instalaram nos meus domínios e destruíram
grande parte do meu habitat.
O que podes fazer para me salvar:
Sensibiliza e informa as pessoas para a preservação da minha espécie.
Área de Projecto – 2006/2007 – Byanca Silva e Catia Amotim – 8º 1ª
Professor Raul Silvério Coutinho
12
Lagartixa-de-dedos-denteados
O meu nome vulgar:
Chamo-me Lagartixa-de-dedosdenteados.
O meu nome científico é:
Acanthodactylus erybrurus
Como sou:
relativamente grandes e unhas bem desenvolvidas. A minha cabeça é alta e robusta,
terminando num focinho afilado. O desenho do meu dorso é tipicamente raiado, com uma
série de bandas longitudinais castanhas escuras, separadas por riscas mais finas de
tonalidade mais clara. As bandas escuras do meu corpo apresentam numerosas manchas
mais claras e arredondadas, geralmente em tons amarelados, que se estendem até aos
membros. O meu ventre é normalmente esbranquiçado, embora as fêmeas da minha espécie
possam adquirir tons avermelhados, na região interna dos membros posteriores e na zona
ventral da cauda, principalmente durante o período reprodutor.
O meu corpo é robusto e os meus membros são fortes com 5 dedos
Como e onde vivo:
viver em zonas de pinhal. Vivo em zonas de baixa altitude, abaixo dos 700 metros. Sou um
animal extremamente veloz e procuro imediatamente refúgio entre a vegetação ou debaixo
de grandes pedras se me sinto ameaçada. Desloco-me em corrida, com a cauda elevada ao
nível do corpo. Sou um animal termófilo, por isso só consigo manter a minha actividade se o
meu corpo apresentar uma temperatura acima dos 13º C, por isso sinto-me bem com os dias
quentes, repousando no Inverno. Quando hiberno enterro-me entre as raízes da vegetação,
escavo galerias e aproveito as tocas dos ratos e dos coelhos para me abrigar dos dias mais
frios.Terminada a hibernação podes observar-me a esperar o sol perto do meu refúgio de
Inverno. Ao contrário das outras lagartixas, eu não deito urina quando sou capturada, pois
necessito da água devido ao tipo de habitat em que vivo.
Gosto de viver em ambientes arenosos, no entanto também gosto de
Como me alimento:
A minha alimentação é feita á base de aranhas, formigas, escaravelhos e outros insectos,
no entanto também como restos vegetais, folhas e flores de algumas plantas.
Como me reproduzo:
Começo a reproduzir-me logo no final de Março. Nesta altura os machos da minha espécie
sofrem um grande desenvolvimento dos poros femurais, intensificando-se os ocelos e as
manchas amareladas do dorso, por outro lado, as fêmeas da minha espécie adquirem
tonalidades avermelhadas. No início do acasalamento, o macho persegue a fêmea,
mordendo-a na base da cauda e nas costas. A cópula, nos animais da minha espécie, tem uma
duração curta, durando normalmente 1 a 3 minutos, podendo no entanto repetir-se várias
vezes em dias sucessivos. A fêmea da minha espécie põe, em geral, 2 a 7 ovos.
Porque estou em vias de extinção:
Ainda não estou em vias de extinção, no entanto se o ser humano continuar a destruir o meu
habitat natural eu vou acabar por desaparecer, como já aconteceu em outros países.
Quando o ser humano realiza queimadas, os animais da minha espécie não conseguem fugir e
acabam por morrer.
O que podes fazer para me salvar:
Sensibiliza as pessoas para a necessidade de preservar a minha espécie.
Área de Projecto – 2006/2007 – Byanca Silva e Catia Amotim – 8º 1ª
Professor Raul Silvério Coutinho
13
Cegonha –Preta
O meu nome vulgar:
Chamo-me Cegonha-preta
O meu nome científico é:
Ciconia nigra
Como sou:
Tenho uma plumagem branca no ventre e negra com reflexos
metálicos no dorso, cauda, cabeça e pescoço. O meu bico e as minhas
patas são de cor vermelha viva no adulto, são esverdeados e bastante
mais claros nos juvenis. A minha plumagem escura e metálica pode,
por vezes, reflectir a luz do Sol, fazendo-me parecer bastante clara quando vista de longe.
Como e onde vivo:
Habito em regiões com muitas árvores, normalmente junto a lagos, rios e terras pantanosas
cercadas de árvores.
Em Portugal vivo apenas nas regiões mais interiores, inóspitas e isoladas. Os troços
internacionais dos rios Douro, Tejo e Guadiana oferecem para a minha espécie condições
privilegiadas, sobretudo devido à fraca perturbação humana que aí se regista e à
abundância de locais de nidificação.
Como me alimento:
Alimento-me quase exclusivamente em zonas ribeirinhas, sendo raramente observada em
terrenos áridos. Deste modo, a minha alimentação inclui uma maior percentagem de peixe e
outros seres aquáticos que a cegonha branca.
Como me reproduzo:
Chega da minha migração em Março, inicio imediatamente a época de nidificação. Regresso
igualmente a África no fim do Verão. A incubação dura vinte dias ou pouco mais
Porque estou em vias de extinção:
Porque o homem na sua grande ambição foi pouco a pouco destruindo o meu habitat natural,
havendo ainda a salientar o facto de os agricultores utilizarem muitos químicos nas suas
culturas e sem se aperceberem estão a envenenar-me.
O que podes fazer para me salvar:
Podes começar por fazer campanhas de sensibilização e informação do perigo de extinção
que a minha espécie corre e simultaneamente podes ajudar as entidades competentes na
preservação da minha espécie, colocando por exemplo ninhos nos locais onde costumo
nidificar.
Trabalho realizado por:
BYANCA SILVA – Nº 5
CATIA AMORIM – Nº 8
8º 1ª – 2006/2007 - Professor Raul Silvério Coutinho

domingo, 30 de janeiro de 2011

GAIA - O PLANETA VIVO


James E. Lovelock
Novas evidências científicas mostram, a cada dia, que de fato a Terra é um superorganismo, dotado de auto-regulação. Como partes desses sistemas, porém, temos responsabilidade individual em mantê-la viva e saudável para as futuras gerações.
A idéia de que a Terra é viva pode ser tão velha quanto a humanidade. Os antigos gregos deram-lhe o poderoso nome de Gaia e tinham-na por deusa. Antes do século 19, até mesmo os cientistas sentiam-se confortáveis com a noção de uma Terra viva. Segundo o historiador D. B. McIntyre (1963), James Hutton, normalmente conhecido como o pai da geologia, disse numa palestra para a Sociedade Real de Edimburgo na década de 1790 que considerava a Terra um superorganismo e que seu estudo apropriado seria através da fisiologia. Hutton foi mais adiante e fez a analogia entre a circulação do sangue, descoberta por Harvey, e a circulação dos elementos nutrientes da Terra, e a forma como o sol destila água dos oceanos para que torne a cair como chuva e refresque a terra.
Essa visão holística de nosso planeta não persistiu no século seguinte. A ciência estava se desenvolvendo rapidamente e logo se fragmentou numa coletânea de profissões quase independentes. Tornou-se província do especialista, e pouco de bom se podia dizer acerca do raciocínio interdisciplinar. Não se podia fugir de tal introspecção. Havia tanta informação a ser coletada e selecionada! Compreender o mundo era tarefa tão difícil quanto montar um quebra-cabeça do tamanho do planeta. Era difícil demais perder a noção da figura enquanto se procurava e separava as peças.
Quando, há alguns anos, vimos as fotografias da Terra tiradas do espaço, tivemos um vislumbre do que estávamos tentando modelar. Aquela visão de estonteante beleza; aquela esfera salpicada de azul e branco mexeu com todos nós, não importa que agora seja apenas um clichê visual. A noção de realidade de compararmos a imagem mental que temos do mundo com aquela que percebemos através de nossos sentidos. É por isso que a visão que os astronautas tiveram da Terra foi tão perturbadora. Mostrou-nos a que distância estávamos afastados da realidade.
A Terra também foi vista do espaço pelos olhos mais discernentes dos instrumentos, e foi esta ótica que confirmou a visão que James Hutton teve de um planeta vivo. Vista à luz infravermelha, a Terra é uma anomalia estranha e maravilhosa entre os outros planetas do Sistema Solar. Nossa atmosfera, o ar que respiramos mostrou-se escandalosamente fora de equilíbrio, quimicamente falando. É como a mistura de gases que penetra no coletor de um motor de combustão interna, ou seja, hidrocarbonetos e oxigênio misturados, enquanto nossos parceiros mortos Marte e Vênus têm atmosferas de gases exauridos por combustão.
A composição inortodoxa da atmosfera emite um sinal tão forte na faixa infravermelha que poderá ser reconhecido por uma espaçonave a grande distância do Sistema Solar. As informações que ele transporta são evidência à primeira vista da presença da vida. Porém, mais do que isso, se a atmosfera instável da Terra foi capaz de persistir e não se tratava de um evento casual, então isto significaria que o planeta está vivo - pelo menos até o ponto em que compartilha com outros organismos vivos a maravilhosa propriedade da homeostase, a capacidade de controlar sua composição química e se manter bem quando o ambiente externo está mudando.
Quando, baseado nessa evidência, eu trouxe novamente à baila a visão de que nos encontrávamos sobre um superorganismo - e não uma mera bola de pedra -, o argumento não foi bem recebido. Muitos cientistas o ignoraram ou criticaram sobre a base de que não era necessário explicar os fatos da Terra. Conforme disse o geólogo H. D. Holland: "Vivemos numa Terra que é o melhor dos mundos somente para aqueles que estão bem adaptados ao seu estado vigente". O biólogo Ford Doolittle (1981) disse que para manter a Terra em estado constante favorável à vida precisaríamos prever e planejar, e que nenhum estado desse tipo conseguiria evoluir através da seleção natural. Em suma, disseram os cientistas, a idéia era teleológica e intestável. Dois cientistas, entretanto, pensaram de forma diferente; um deles foi a eminente bióloga Lynn Margulis e o outro o geoquímico Lars Sillen. Lynn Margulis foi minha primeira colaboradora (Margulis e Lovelock, 1974). Lars Sillen morreu antes que houvesse uma oportunidade. Foi o romancista William Golding (comunicação pessoal, 1970) quem sugeriu usar o poderoso nome Gaia para a hipótese que supunha estar viva a Terra.
Nos últimos 10 anos, tais críticas foram rebatidas - por um lado devido a novas evidências e por outro devido a um simples modelo matemático chamado Daisy World. Nele, o crescimento competitivo de plantas de coloração clara e outras de coloração escura em um mundo mágico mostra-se mantenedor do clima planetário constante e confortável face à grande mudança na emissão de calor da estrela do planeta. O modelo é bastante homeostático e pode resistir a grandes perturbações não apenas na emissão de calor como também na população vegetal. Ele se comporta como um organismo vivo, mas não são necessárias previsões ou planejamentos para sua operação.
As teorias científicas não são julgadas tanto por estarem certas ou erradas quanto o são pelo valor de suas previsões. A teoria de Gaia já se mostrou tão frutífera nestes termos que por ora pouco importaria se estivesse errada. Um exemplo, tirado dentre tantas previsões, foi a sugestão de que o composto sulfeto de dimetilo seria sintetizado por organismos marinhos em larga escala para servir de portador natural de enxofre do oceano para a terra. Sabia-se na época que alguns elementos essenciais à vida, como o enxofre, eram abundantes nos oceanos, mas encontravam-se em processo de exaustão em pontos da superfície da Terra. Segundo a teoria de Gaia, seria necessário um portador natural, e foi previsto o sulfeto de dimetilo. Agora sabemos que este composto é de fato o portador natural do enxofre, mas, na ocasião em que a previsão foi feita, buscar um composto tão incomum assim no ar e no mar teria ido de encontro à sabedoria convencional. É improvável que tivessem ido buscar sua presença não fosse pelo estímulo da teoria de Gaia.
A teoria de Gaia vê a biota e as rochas, o ar e os oceanos como existência de uma entidade fortemente conjugada. Sua evolução é um processo único, e não vários processos separados estudados em diferentes prédios de universidades. Ela tem um significado profundo para a biologia. Afeta até a grande visão de Darwin, pois talvez não seja mais suficiente dizer que os indivíduos que deixarem a maior prole terão êxito. Será necessário acrescentar a cláusula de que podem conseguir contanto que não afetam adversamente o meio ambiente.
A teoria de Gaia também amplia a ecologia teórica. Colocando-se as espécies e o meio ambiente juntos, algo que nenhum ecologista teórico fez, a instabilidade matemática clássica de modelos de biologia populacional está curada.
Pela primeira vez temos, a partir desses modelos novos, modelos geofisiológicos, uma justificativa teórica para a diversidade, para a riqueza rousseauniana de uma floresta tropical úmida, para o emaranhado banco darwiniano. Esses novos modelos ecológicos demonstram que, à medida que aumenta a diversidade, também aumentam a estabilidade e a resiliência. Agora podemos racionalizar a repugnância que sentimos pelos excessos dos negócios agrícolas. Finalmente temos uma razão para nossa ira contra a eliminação insensata de espécies e uma resposta para aqueles que dizem tratar-se de um mero sentimentalismo.
Não precisamos mais justificar a existência de florestas tropicais úmidas sobre as bases precárias de que elas podem conter plantas com drogas capazes de curar doenças humanas. A teoria de Gaia nos força a ver que elas oferecem muito mais que isso. Dada sua capacidade de evapotranspirar enormes volumes de vapor d'água, elas servem para refrescar o planeta propiciando-lhe a proteção solar de nuvens brancas refletoras. Sua substituição por lavoura poderia precipitar um desastre em escala global.
Um sistema geofisiológico sempre começa com a ação de um organismo individual. Se esta ação for localmente benéfica para o meio ambiente, ela então poderá se difundir até que acabe resultando um altruísmo global. Gaia sempre opera assim para atingir seu altruísmo. Não há previsão ou planejamento envolvido. O inverso também é verdadeiro, e qualquer espécie que afete o meio ambiente desfavoravelmente está sentenciada, mas a vida continua. Será que isto se aplica aos seres humanos agora? Estaremos fadados a precipitar uma mudança do atual estado confortável da Terra para um quase certamente desfavorável para nós porém confortável para a biosfera de nossos sucessores? Por sermos conscientes, há alternativas, tanto boas quanto más. Por certos caminhos, o pior destino que nos aguarda é sermos alistados como os médicos e as enfermeiras de um planeta geriátrico com a infindável e intangível tarefa de buscar eternamente tecnologias capazes de mantê-lo adequado ao nosso tipo de vida - algo que até bem pouco tempo atrás recebíamos gratuitamente por sermos uma parte de Gaia.
A filosofia de Gaia não é humanista. Mas, sendo avô de oito netos, eu preciso ser otimista. Vejo o mundo como um organismo vivo do qual somos parte; não os donos, não os inquilinos, sequer os passageiros. Explorar esse mundo na escala que fazemos seria tão tolo quanto considerar supremo o cérebro e dispensáveis as células de minerar nosso fígado em busca de nutrientes para algum benefício de curta duração?
Por sermos habitantes de cidades, ficamos obcecados pelos problemas humanos. Até mesmo os ambientalistas parecem mais preocupados com a perda de um ano de expectativa de vida devido ao câncer do que com a degradação do mundo natural através do desmatamento ou dos gases do efeito estufa - algo que poderia causar a morte de nossos netos. Estamos tão alienados do mundo da natureza que poucos somos os que conhecemos os nomes das flores e dos insetos selvagens das localidades onde vivemos ou percebemos a rapidez de sua extinção.
Gaia funciona a partir do ato de um organismo individual que se desenvolve até o altruísmo global. Envolve ação em nível pessoal. Você bem pode perguntar: "E o que posso fazer?" Quando procuro agir pessoalmente em favor de Gaia através da moderação, acho útil pensar em três elementos mortais: combustão, gado e motoserra. Devem existir muitos outros.
Uma coisa que você pode fazer, e isto não passa de um exemplo, é comer menos carne de boi. Agindo assim, e se os médicos estiverem certos, você poderá estar fazendo um bem a si próprio; ao mesmo tempo, poderá estar reduzindo as pressões sobre as florestas dos trópicos úmidos. Ser egoísta é humano e natural. Mas se preferirmos ser egoístas no caminho correto, então a vida pode ser rica e ainda assim consistente com um mundo adequado para os nossos netos, bem como para os netos de nossos parceiros em Gaia.
(O texto aqui apresentado constitui um excerto do capítulo 56 do livro Biodiversidade, organizado por E. O. Wilson. Lançada recentemente no Brasil pela Editora Nova Fronteira, a obra reúne artigos apresentados no Fórum Nacional Sobre Biodiversidade, realizado em Washington no ano de 1986 e que reuniu alguns dos maiores especialistas mundiais ligados à questão da biodiversidade. A tradução é de Marcos Santos e Ricardo Silveira).